quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Paulo Coelho: O bosque de cedros"

Em 1939, o diplomata japonês Chiune Sugihara, que ocupava um posto na Lituânia durante uma das épocas mais terríveis da humanidade, salvou milhares de judeus poloneses da ameaça nazista, concedendo-lhes vistos de saída.

Seu ato de heroísmo, desafiando seu próprio governo ao longo de muitos anos, foi uma obscura nota de rodapé na história da guerra. Até que, os sobreviventes salvos por Sugihara começaram a despertar do silêncio, e resolveram a contar sua história. Logo sua coragem e grandeza estavam sendo celebradas, chamando a atenção dos meios de comunicação, e inspirando alguns autores a escrever livros que descreviam como o “Schindler japonês”.

Enquanto isso, o governo israelense vinha reunindo os nomes dos salvadores, para recompensá-los pelos seus esforços. Uma das formas que o estado judeu tentava reconhecer sua dívida para com esses heróis consistia em plantar árvores em sua homenagem.Quando a bravura de Sugihara foi revelada, as autoridades israelenses planejaram,como era de costume, plantar um bosque de cerejeiras – árvore tradicional do Japão – em sua memória.

De repente, numa decisão incomum, a ordem foi revogada.Eles decidiram que, em comparação com a bravura de Sugihara, cerejeiras eram um símbolo insuficiente. Optaram, por um bosque de cedros, concluindo que o cedro era mais vigoroso e tinha conotações mais sagradas, por sido usado no Primeiro Templo.

Depois das árvores já plantadas, as autoridades descobriram, que “Sugihara” em japonês significa…Bosque de cedros

(G1 - Paulo Coelho)

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