domingo, 20 de fevereiro de 2011

"Uma rainha diferente! Conheça a Dra. Érika Palmer, soberana da Rocinha"

A moça que tem seu próprio escritório de advocacia, tem duas graduações, duas pós e está fazendo sua terceira faculdade agora.

Uma rainha diferente! Assim podemos definir Érika Palmer, a loira que este ano estará a frente da bateria da Acadêmicos da Rocinha, escola do grupo de acesso do carnaval carioca. Aos 28 anos, a moça já tem duas graduações concluídas - Direito e Artes Cênicas -, uma em andamento - Cinema - e duas pós-graduações - Direito Público e Tributário e Direito Empresarial. Ela também tem seu próprio escritório de advocacia desde 2006, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

"Entrei na faculdade de direito com 16 anos e me formei com 21. Logo emendei as duas pós ao mesmo tempo, em faculdades diferentes. Fiz artes cênicas porque fiz vários tipos de dança desde os três anos, ginástica artística... Amo arte! Agora estou no 5º período de cinema", explica.

Em um ensaio exclusivo para o EGO, Érika posou aos pés da comunidade que representa, a Rocinha, maior favela do mundo. Ela foi convidada pela escola para seu cargo porque desenvolve projetos sociais e de assistencialismo com as crianças do local. Além disso, a loira também colabora com os projetos da mãe, a médica aposentada Thereza Palmer, o "Mensageiros da Esperança", voltado para os idosos, e o "Ame Mais", que ajuda animais abandonados.

"Tenho um projeto com as crianças daqui, o "Semear", que oferece vários tipos de atividades como aula de teatro, de dança e artesanato. E também ajudo a escola mirim, a Borboleta Encantada. Eu já fazia trabalhos assistencialistas como entrega de cestas básicas e organização de festas de Natal e Páscoa há quatro anos, mas comecei a ficar mais presente há dois anos. Queremos dar cultura desde cedo. Quando veio o convite para ser rainha, fiquei tão feliz que aceitei na hora! Não pensei em nada, nem consultei meu marido", relembra.

Assédio e emoção na Avenida

Falando no marido, o empresário Artur Vinicius Sales, com quem está casada há dois anos, Érika confessa que ele é ciumento, mas garante que não há problema já que ela sempre é muito respeitada nos ensaios e nunca ficou insultada com alguma cantada inconveniente.

"Meu marido sente ciúme sim, mas ele vê que todo mundo tem carinho por mim e me respeita, então está muito orgulhoso. Ele sempre me acompanha. No ensaio técnico, ele chorou. Não fazia ideia do que representa ser a rainha de uma escola", conta a loira, que diz ser tímida: "Cantada não me incomoda, encaro como um elogio. Mas como sou tímida, fico muito envergonhada. Aqui na Rocinha todos são ótimos comigo, nunca tive nenhum problema".

Esta será a estreia de Érika como rainha, mas a loira tem uma história antiga com o samba. Ela pisou na Sapucaí pela primeira vez aos 14 anos, pela Vila Isabel, e já desfilou em seis escolas diferentes.

"Quando você entra na Avenida, é muita emoção. Na frente da bateria então é indescritível. Você está no olho do furacão, no centro do espetáculo, representando a escola. São milhares de pessoas te reverenciando. É muito carinho. No ensaio técnico já deu para sentir", anima-se.

A fantasia da loira será comportada e ela virá representando o objeto central do enredo, o vidro. Henrique Filho é o responsável pelo modelito, que não vai ter nenhuma pluma. "Ela vai ser bem diferente, mas muito bonita. Tem elegância e, apesar de comportada, também tem sensualidade", adianta.

Preconceito

Perguntada sobre a reação de seus clientes quando descobriram que ela seria a rainha de bateria da Rocinha, Érika diz que não sofreu nenhum tipo de crítica e que só começou a se preocupar com esse fator quando passou a ser questionada pela imprensa e outras pessoas.

"Acho que o preconceito está na cabeça de quem tem, mas graças a Deus não teve nada disso. Nem tinha pensado nessa hipótese. Só fiquei com medo quando todo mundo começou a perguntar. Não estou aqui para mostrar o corpo. Vim para agregar, fazer parte da escola. Claro que o carnaval tem essa coisa do corpo, você trabalha com a sensualidade, mas tudo depende da forma como vai ser feito. Não vejo nenhuma representação popular com maus olhos. Tudo que se faz com carinho e com respeito é bom!", defende a moça.

(Juliana Maselli, do EGO, no Rio)

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